Sobre este blog

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terça-feira, 27 de maio de 2008

O ladrão

Desde sempre se habituara a roubar
Furtava de tudo sem qualquer inibição
Nem parava duas vezes para pensar
Assaltar era para ele uma profissão.

Então houve um dia em que a viu
E ela despertou-lhe uma ânsia inconsequente
Quis apanhá-la mas ela fugiu
E ele perseguiu-a, furioso e demente.

Por fim agarrou-a e trancou-a numa cela
E rejubilou do mais puro contentamento
Tinha só para ele aquela bela singela
Para seu proveito, para lhe dar alento.

Utilizou a força para dormir com ela
E amou-a em noites longas, infindáveis
Todos os dias voltava para vê-la
E trazia-lhe prendas belas e incontáveis.

Fez da prisão um palácio deslumbrante
E rodeou-a de tudo o que lhe poderia agradar
Mas apesar disso e de forma desconcertante
Parecia que não a conseguia de todo amar.

E apesar de tê-la e manipulá-la como queria
Apesar de possuí-la, não a sentia como sua pertença
E por mais que quisesse isto era algo que não percebia,
Que o encheu de uma ira brutal e imensa.

Agarrou-a e abanou-a vigorosamente
Olhou-a nos olhos e ordenou-lhe que o amasse
Bateu-lhe quando ela recusou, veemente
Até que em desespero implorou que o aceitasse.

Forçou-a a unir-se em matrimónio
E engravidou-a para que um filho a conquistasse
Ela pariu-o mas olhou-o como um demónio
Não o quis criar mesmo que ele a forçasse.

A fúria enraiveceu-o até à cegueira
E jurou-lhe a morte se não se conformasse
Afundou-lhe a cabeça na banheira
Só sairia dali quando o amasse.

Viu-a debater-se e soube que conseguira domá-la
Puxou-a para fora para que desistisse
Ela respirou ofegante, mas continuou sem fala
Não vacilando por mais que ele insistisse.

Voltou a mergulhá-la completamente enraivecido
E deixou-a estrebuchar até que parou de lutar
Eufórico soube que finalmente a tinha vencido
E puxou-a para fora, para a deixar respirar.

Mas ela não se mexeu, nem respirou
Tinha um sorriso gélido no rosto contorcido
Já não era ela, foi o que ele constatou
Escapara-se sem nunca lhe ter pertencido.

7 Comments:

Marco Robalo said...

Porquê pseudo?

Sonat said...

porque para ser poesia tinha de ser poético. Não chegava ter quadras e rimas.

Marco Robalo said...

Eu acho poético.

Sonat said...

com todo o respeito que te tenho... tu és tacanho cumá merda! lololol

obrigado por dizeres isso, sinto me tocado.

bjocas

Marco Robalo said...

Obrigado pelo respeito

Anônimo said...

gostei muito!! adoro os teus poemas :) e tou de acordo com o marco, ja mudavas o nome ao marcador e mettias Poesia!! >:|

beijinhux

ps- mas olha, ainda tens que comer muito arroz e feijão pa chegar aos calcanhares da minha avo... ;p

Sonat said...

lol